sábado, 31 de outubro de 2009

Inúmeras lágrimas, inúmeros gritos, inúmeras vezes!

O medo que aquela criança sentia, cada vez que o soalho rangia e a porta se abria lentamente como que um silenciamento da inocência de um ser imaturamente puro, era aterrador!
“Olá” era a palavra pronunciada pelo malvado ser de voz abruptamente ríspida, cada vez que a porta abria, enquanto o silêncio da criança era a resposta à entrada desse estranho no seu “mundo”. Inúmeras lágrimas, inúmeros gritos, inúmeras vezes!
Quando tudo terminava, por mais um dia apenas: Os olhos puros encontravam-se encharcados de lágrimas… O corpo arrebatadoramente magoado… A mente incomparavelmente perecida!
Mais uma, de tantas crianças, obrigada a perder-se no medo, no desespero!
Ah que raiva dentro de mim! Que raiva dentro daquela criança…
Que gritos tão mudos ela lança a Deus! Que gritos tão perversos lança o homem repugnante aos Céus quando actua com o diabo no corpo!
“Matem-no!”- grita ela interiormente! “Matai-los”- gritamos, nós, população responsável para o termo de tudo!
Acabará, anjinho dos Céus, quando alguém ouvir os teus gritos, souber ler o teu olhar, souber compreender o teu pânico… Quando alguém souber defender-te!

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